José Petitinga

José Petitinga
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sábado, 19 de dezembro de 2009

A Influência dos Espíritos em Nossas Vidas

CENTRO DE CULTURA ESPIRITA LUZ DA MANHÃ
End - 3a trav. Wilson Teixeira, 36 - Terreo
Boa Vista de S.Caetano

Caro amigo,

A Influência dos Espíritos em Nossas Vidas, será o tema da nossa
DOUTRINÁRIA do dia 23 de dezembro as 19h, com a Participação
de Hamilton Gomes, de Santo Antônio de Jesus.

Venha participar.


Fraternalmente,

Cleo Pinheiro
(71) 3304 2434
somosluzes@hotmail.com

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Chico Xavier (1910 - 2002)

Francisco Cândido Xavier
Nascimento 2 de abril de 1910
Pedro Leopoldo, Minas Gerais
Morte 30 de junho de 2002 (92 anos)
Uberaba, Brasil
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Médium, um dos expoentes do espiritismo no Brasil

Francisco Cândido Xavier (Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 — Uberaba, 30 de junho de 2002), nascido como Francisco de Paula Cândido e mais conhecido popularmente por Chico Xavier, notabilizou-se como médium e célebre divulgador do Espiritismo no Brasil.

Nascimento

Nascido em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, era filho de Maria João de Deus e João Cândido Xavier. Educado na fé católica, Chico teve seu primeiro contato com a Doutrina Espírita em 1927,[4] após fenômeno obsessivo verificado com uma de suas irmãs. Passa então a estudar e a desenvolver sua mediunidade que, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, somente ganhou maior clareza em finais de 1931. O seu nome de batismo Franciso de Paula Cândido[1] foi dado em homenagem ao santo do dia de seu nascimento, substituido pelo nome paterno de Francisco Cândido Xavier logo que rompeu com o catolicismo e escreveu seus primeiros livros e mudado oficialmente em abril 1966,[5] quando da segunda viagem de Chico aos Estados Unidos.

Infância

Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver (clarividência) e ouvir (clariaudiência) os espíritos e conversava com eles. Aos 5 anos conversava com a mãe, já desencarnada. Na casa da madrinha, foi muito maltratado, chegando a levar garfadas na barriga. Aos sete anos de idade, saiu da casa da madrinha para voltar a morar com o pai, já casado outra vez. Ele, para ajudar nas despesas da casa trabalhava e estudava em escola pública. Por conseqüência, dormia apenas sete horas por dia.

Psicografias

Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium Chico Xavier psicografando uma mensagem do Espírito de Emmanuel, (por André Koehnne).Chico Xavier psicografou quatrocentos e doze livros. Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam. Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros. Vendeu mais de 20 milhões de exemplares. Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade, desde o primeiro livro.

Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira.

Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, entre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932. O livro causou muita polêmica nos círculos literários da época. O de maior tiragem foi Nosso Lar, com cerca de milhão e trezentas mil cópias vendidas, atribuído ao espírito André Luiz, primeiro volume da coleção de 17 obras, todas psicografadas por Chico Xavier, algumas delas em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira.

Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de "Maurício" teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.

Obras assistenciais

Chico é lembrado principalmente por suas obras assistenciais em Uberaba, cidade onde faleceu em 30 de Junho de 2002. Nos anos 1970 passou a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.

Movimento espírita

O mais conhecido dos espíritas brasileiros contribuiu para expandir o movimento espírita brasileiro e encorajar os espíritas a revelarem sua adesão à doutrina sistematizada por Allan Kardec. Sua credibilidade serviu de incentivo para que médiuns espíritas e não-espíritas realizassem trabalhos espirituais abertos ao público.

Divulgação no exterior

Em 22 de maio de 1965 Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua mulher Phillis estudaram inglês e lançaram o livro Ideal Espírita, com o nome de The World of The Spirits.

Falecimento

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

Chico Xavier faleceu aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardíaca. Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estariam muito felizes, e que o país estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passamento. O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol de 2002 no dia de seu falecimento. Chico foi eleito o mineiro do século XX, seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek. Recentemente, iniciou-se a construção de um centro em sua homenagem.

Principais obras psicografadas

Ano Obra Autor espiritual Editora Notas
1932 Parnaso de Além-Túmulo Vários autores FEB [15]
1937 Crônicas de Além-Túmulo Humberto de Campos FEB [16]
1938 Emmanuel Emmanuel FEB [17]
1938 Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho Humberto de Campos FEB
1938 A Caminho da Luz Emmanuel FEB
1939 Há Dois Mil Anos Emmanuel FEB
1940 Cinqüenta Anos Depois Emmanuel FEB
1941 O Consolador Emmanuel FEB [18]
1942 Paulo e Estevão Emmanuel FEB
1942 Renúncia Emmanuel FEB
1944 Nosso Lar André Luiz FEB
1944 Os Mensageiros André Luiz FEB
1945 Missionários da Luz André Luiz FEB
1945 Lázaro Redivivo Irmão X FEB [19]
1946 Obreiros da Vida Eterna André Luiz FEB
1947 Volta Bocage Bocage FEB
1948 No Mundo Maior André Luiz FEB
1948 Agenda Cristã André Luiz FEB
1949 Voltei Irmão Jacob FEB
1949 Caminho, Verdade e Vida Emmanuel FEB
1949 Libertação André Luiz FEB
1950 Jesus no Lar Neio Lúcio FEB
1950 Pão Nosso Emmanuel FEB
1952 Vinha de Luz Emmanuel FEB
1952 Roteiro Emmanuel FEB
1953 Ave, Cristo! Emmanuel FEB
1954 Entre a Terra e o Céu André Luiz FEB
1955 Nos Domínios da Mediunidade André Luiz FEB
1956 Fonte Viva Emmanuel FEB
1957 Ação e Reação André Luiz FEB
1958 Pensamento e Vida Emmanuel FEB
1959 Evolução em Dois Mundos André Luiz FEB
1960 Mecanismos da Mediunidade André Luiz FEB [20]
1960 Religião dos Espíritos Emmanuel FEB
1961 O Espírito da Verdade diversos espíritos FEB
1963 Sexo e Destino André Luiz FEB
1968 E a Vida Continua… André Luiz FEB
1970 Vida e Sexo Emmanuel FEB
1971 Sinal Verde André Luiz Comunhão Espírita
Cristã (CEC)
1977 Companheiro Emmanuel Instituto de Difusão
Espírita (IDE)
1985 Retratos da Vida Cornélio Pires IDE/CEC
1986 Mediunidade e Sintonia Emmanuel CEU
1991 Queda e Ascensão da Casa dos Benefícios Bezerra de Menezes GER
1999 Escada de Luz diversos espíritos CEU [21]

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Pensamento Político de Allan Kardec

Jaci Regis

Allan Kardec viveu um dos momentos mais importantes da história política do mundo. Nascido em 1804, logo depois da Revolução Francesa e da queda de Napoleão Bonaparte, viu o restabelecimento da monarquia francesa e o lançamento do Manifesto Comunista, em 1848 , por Karl Marx e Engels, fatos que marcaram um novo período para a sociedade ocidental. Inserido na sociedade, professor e humanista, Rivail certamente não ficou alheio a essa movimentação decorrente do surgimento de idéias revolucionárias no campo social. Depois da revolução industrial que veio substituir o domínio absoluto da economia primária, isto é, do cultivo da terra, a urbanização da sociedade tomou rumos crescentes, impondo novas relações entre a força do trabalho e do capital.


As teorias de Marx mobilizaram o operariado, com sua proposta da ditadura do proletariado, certamente utópica, mas sedutora. Foram fatores que provocaram profundas alterações na visão do emprego e do capital. Na verdade, depois de Marx a sociedade se viu obrigada a olhar o trabalho sob uma nova ótica. Na estruturação do Espiritismo, Kardec não tomou como não devia tomar, partido das idéias em jogo. Ele, entretanto, elaborou todo um modelo de sociedade que, com justeza, podemos chamar de utopia kardecista.


A utopia Kardecista


Allan Kardec, a partir de visão espírita, viu o mundo de forma diferente. Para ele, a vida terrena era precária e a vida futura o grande eldorado, a felicidade total. Debitou como é natural, ao Espiritismo a carga de mostrar à humanidade um novo caminho. Ele acreditava que a certeza da imortalidade e a confirmação da justiça divina pelos mecanismos da reencarnação, causariam tamanho impacto que produziriam uma revolução social. “Identifique-se o homem com a vida futura e completamente mudará a sua maneira de ver, como a do indivíduo que apenas por algumas poucas horas haja de permanecer numa habitação má e que sabe que, ao sair, terá outra, magnífica, para o resto de seus dias.” (Obras Póstumas - O Egoísmo e o Orgulho).


Sua tese está centrada no combate ao egoísmo e ao orgulho. “Uma vez que haja entrado decididamente por esse caminho, já não tendo o que os incite, o egoísmo e o orgulho se extinguirão pouco a pouco, por falta de objetivo e alimento, e todas as relações sociais se modificarão sob o fluxo da caridade e da fraternidade bem compreendidas” (idem). Kardec, procurou formular sua utopia em bases racionais e realísticas. Ele pergunta :”Poderá isso dar-se por efeito de brusca mudança? Não, seria impossível....Não pode o homem mudar instantaneamente o seu ponto de vista....ele precisa de tempo para assimilar as novas idéias... (idem)“Mas para isso é-lhe necessária a fé sem a qual permanecerá na rotina do presente, não a fé cega que foge à luz, restringe as idéias e, em conseqüência, alimenta o egoísmo. É-lhe necessária a fé inteligente, racional, que procura a claridade e não as trevas, que ousadamente rasga o véu dos mistérios e alarga o horizonte.”


O fundador do Espiritismo estabelece a sociedade ideal, ou pelo menos a mais avançada dentro de premissas morais definidas, sem as quais qualquer esforço de resolver definitivamente as questões sociais é inútil. De dois povos que tenham chegado ao ápice da escala social, só poderá dizer-se o mais civilizado, na verdadeira acepção do termo, aquele em que se encontre menos egoísmo, cupidez e orgulho; em que os costumes sejam mais intelectuais e morais do que materiais; em que a inteligência possa desenvolver-se com mais liberdade; em que exista mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; em que os preconceitos de casta e de nascimento sejam menos enraizados, porque esses prejuízos são incompatíveis com o verdadeiro amor ao próximo; em que as leis não consagrem nenhum privilégio e sejam as mesmas para o último como o primeiro; em que a justiça se exerça com o mínimo de parcialidade; em que o fraco sempre encontre apoio contra o forte; em que a vida do homem, suas crenças e suas opiniões seja melhor respeitadas; em que haja menos desgraçados; e, por fim, em que todos os homens de boa vontade estejam sempre seguros de não lhes faltar o necessário. (Lei do Progresso ...793)


Uma nova sociedade


Para Kardec sua utopia seria realizada ao longo do tempo. Ele depositava sua confiança na inexorabilidade da Lei do Progresso. Por isso a ordem social “muda por si mesma, pelo poder irresistível do progresso” (O.P. - Liberdade, Igualdade, Fraternidade...) Mas ressaltou que o progresso não é uma lei inercial, mas depende do esforço, da inteligência e do descortino de lideranças esclarecidas. A humanidade progride através dos indivíduos que se melhoram pouco a pouco e se esclarecem: quando se tornam numerosos, tomam a dianteira e arrastam os outros. De tempos em tempos surgem os homens de gênio, que lhes dão um impulso; e depois, homens investidos de autoridade, instrumentos de Deus, que em alguns anos a fazem avançar de muitos séculos (L.E. Lei do Progresso....789)Depois, na ótica kardecista, as revoluções morais, como as revoluções sociais se infiltram pouco a pouco nas idéias, germinam ao longo dos séculos e depois explodem subitamente, fazendo ruir o edifício carcomido do passado, que não se encontra mais de acordo com as necessidades novas e as novas aspirações. (L.E – Lei do Progresso – 783)


Em dois ensaios publicados em Obras Póstumas, ele expõe com clareza seu pensamento. Em Liberdade, Igualdade, Fraternidade, ele afirma que sem fraternidade, tanto a liberdade quanto a igualdade não serão possíveis. Em As Aristocracias, ele admite a necessidade de lideranças para o progresso da humanidade. E propõe, a exemplo de Platão, na República, o governo dos mais sábios e moralizados, na aristocracia intelecto-moral. O que certamente contraria a ditadura do proletariado de Max.


A Igualdade


Para o Espiritismo, além da igualdade natural, a sociedade deve procurar uma forma de relacionamento entre todos, mantendo a igualdade de direitos e deveres, considerando, contudo, as diferenças pessoais e sociais.Deus não concedeu, portanto, superioridade natural a nenhum homem, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos são iguais diante d’Ele. (803). Nem criou, portanto, a desigualdade das faculdades, mas permitiu que os diferentes graus de desenvolvimento se mantivessem em contato a fim de que os mais adiantados pudessem ajudar os mais atrasados a progredir. (Idem... 805) Sobre a igualdade,os pontos básicos do pensamento espírita podem ser resumidos nos seguintes:


1. A desigualdade das condições sociais não é uma lei natural, mas obra dos homens (L.E Lei da igualdade... 803)


2. Essa desigualdade desaparecerá juntamente com a predominância do orgulho e do egoísmo, restando apenas à desigualdade do mérito (idem, 806 a)


3. A desigualdade das riquezas pode ter origem na desigualdade das faculdades, que dão a uns mais meios de adquirir do que a outros, mas também da astúcia e do roubo. (idem 804).


4. A igualdade absoluta das riquezas, não é possível. A diversidade das faculdades e dos caracteres se opõe a isso.


5. Os homens que crêem estar nisso o remédio para os males sociais, são sistemáticos ou ambiciosos e invejosos. Não compreendem que a igualdade seria logo rompida pela própria força das circunstâncias. Combatei o egoísmo, pois essa é a vossa chaga social e não correi atrás de quimeras. Embora o comentário abaixo não possa ser tomado como uma política social, ele serve para compreender a visão básica da Doutrina sobre a sociedade. Se levar em conta unicamente a vida planetária, ele (o homem) vê apenas as desigualdades sociais do momento, que são as que o impressionam; se, porém, deitar os olhos sobre o conjunto da vida do Espírito, sobre o passado e o futuro, desde o ponto de partida até o de chegada, aquelas desigualdades somem e ele reconhece que Deus nenhuma vantagem concedeu a qualquer de seus filhos... Que o que se apresenta menos adiantado do que ele na Terra pode tomar-lhe a dianteira se trabalhar mais do que ele por aperfeiçoar-se; reconhecerá, finalmente, que, nenhum chegando ao termo senão por seus esforços, o princípio da igualdade é um princípio de justiça e uma lei da Natureza, perante o qual cai o orgulho do privilégio. (Obras Póstumas - Egoísmo e Orgulho).
Liberdade e Propriedade.


O princípio da liberdade está na base da estrutura mental e social do homem. Sem livre arbítrio, ele seria uma máquina. Sem liberdade, não há conquista real, em qualquer termo que se tente olhar a vida. A liberdade, dissemo-lo, é filha da fraternidade e da igualdade. Falamos da liberdade legal e não da liberdade natural que de direito é imprescritível para toda a criatura humana, desde o selvagem até o civilizado. (Obras Póstumas - Liberdade, Igualdade, Fraternidade). Sobre a questão da propriedade o pensamento doutrinário pode ser sintetizado, nos itens abaixo:


1. 883 - O desejo de possuir é natural. Mas quando o homem só deseja para si e para sua
Satisfação pessoal é egoísmo.


2. Só é uma propriedade legítima, a que foi adquirida sem prejuízo para os outros.


3. Quanto aos limites do direito de propriedade, a Doutrina diz que - tudo o que é legitimamente adquirido é uma propriedade, mas, como já dissemos, a legislação humana é imperfeita e consagra freqüentemente direitos convencionais que a justiça natural reprova. É por isso que os homens reformam suas leis à medida que o progresso se realiza e que eles compreendem melhor a justiça. O que num século parece perfeito, no século seguinte se apresenta como bárbaro.


Marx e Kardec


A proposta de Kardec é de uma sociedade igualitária, baseada no equilíbrio moral e na solidariedade. Por isso muitos espíritas, diante do quadro da sociedade injusta, com a desigualdade de oportunidades e de acesso aos bens e ao bem-estar, se encantaram com as idéias de Marx. O problema é que o marxismo não é apenas uma doutrina político-econômica, mas uma visão de homem e de mundo que, na essência , difere frontalmente da filosofia espírita.Enquanto o Espiritismo, na sua visão de homem e de mundo, persegue um horizonte espiritual e fundamenta sua política numa interpretação moral para a sociedade, o marxismo, é estruturalmente materialista e politicamente ditatorial.


Ora, qualquer ditadura atenta contra a liberdade, resultando na ascensão de um grupo fechado ao poder, que se defende ferreamente, ferindo a liberdade de expressão, política e pessoal. Isso é válido para as ditaduras de direita quanto para as de esquerda.Todavia, como as propostas da esquerda são sedutoras por se posicionarem teoricamente contra as injustiças e a pobreza, a exploração capitalista e contra o pensamento burguês, criam partidários especificamente entre os intelectuais e estudantes cuja visão é extremamente crítica e pretende transformar o mundo pela revolução.


A importância decisiva da Economia


A economia de mercado ou capitalista, o liberalismo, supostamente livre e concorrente, de uma forma ou de outra, sempre dominou as sociedades. No século passado, as críticas ao liberalismo, a partir de Marx e outros, levantou a hipótese da economia centralizada, monopolizada pelo Estado, como oposição ao capitalismo e à sociedade burguesa. Ela foi posta em prática, a partir de 19l7, pela Revolução Russa, com a coletivização da propriedade e dos bens de produção, gerando uma política econômica compatível com o projeto ideológico do regime no poder.


As políticas econômicas se dividiram até algumas décadas atrás em três vertentes principais: o capitalismo de Estado, praticado pela União Soviética, o livre mercado nos países capitalistas e um regime social democrata, principalmente na Escandinávia, mas, comandado pela iniciativa privada. Após quase 70 anos de experiência na União Soviética, o projeto da economia socialista naufragou.
No período atual, a economia tornou-se globalizada, pela ampla aplicação de capitais internacionais nas economias de todas as regiões do mundo. Os países emergentes e atrasados adotaram, ora uma política monopolística do capital privado, ora uma intervenção direta e monopolística do Governo na área econômica, tornando-se ele mesmo gestor de empresas, ou mistura das duas. Ao Governo atribuiu-se o papel de investidor em áreas pioneiras e de interesse da segurança nacional.

A economia mundial é nominalmente a de mercado. Contra essa política, as forças de esquerda, embora o fracasso da União Soviética insistem no capitalismo do Estado e se insurgem contra o que chamam de neoliberalismo. A base dessa insistência é que, supostamente, o povo é beneficiado porque, teoricamente, é o proprietário dos bens econômicos, através do Estado. A experiência mostrou que esse capitalismo estatal além de ineficiente, cria uma burocracia e espaço para corrupção. O fracasso dessas empresas governamentais onera o povo, pois o governo não gera riqueza, mas arrecada tributos. O que parece imprescindível é que as chamadas forças do mercado sejam monitorizadas, normatizadas e vigiadas, uma vez que na atualidade já não podem mais se tolerar os abusos e explorações da força do trabalho.


O FUTURO DA SOCIEDADE


O combate ao egoísmo e ao orgulho, preconizado como fatores fundamentais para uma nova sociedade, por Allan Kardec, se tornará cada vez mais imperioso. A sociedade chegará a esse patamar, como diz o fundador da Doutrina, pela força das circunstâncias. Essas mudanças, ainda que sob a pressão de fatores monetários ou de divisão de mercado, são produzidas, mesmo indiretamente, pela a ação das necessidades morais, pois teoricamente todos aspiram uma sociedade mais justa e equilibrada. Quer dizer, não será fruto de uma campanha místico-religiosa, nem de revoluções armadas, mas decorrente da necessidade de estabelecer-se regras equilibradas para o bem estar da população e para a convivência entre os povos, mormente diante da globalização total da vida terrena.


O século 20 tem se caracterizado pelo desenvolvimento da tecnologia. Se de um lado facilita a vida, produz conforto, de outro a desocupada mão de obra, gera problemas sociais de difícil solução. A sociedade projetada por Kardec está baseada no primado do bem estar para todas às criaturas humanas. O bem estar é um desejo natural... se este não for conquistado às expensas de alguém e se não enfraquecer vossas forças morais nem as vossas forças físicas ( L.E - Lei de conservação ... 719).


Se a civilização multiplica as necessidades também multiplica as fontes de trabalho e os meios de vida; mas é preciso convir que nesse sentido ainda muito lhe resta fazer. Quando ela tiver realizado a sua obra, ninguém poderá dizer que lhe falte o necessário, a menos que o falte por sua própria culpa. (L.E. - Lei de Conservação, 707). Não basta dizer ao homem que ele deve trabalhar, é necessário também que o que vive do seu trabalho encontre ocupação e isso nem sempre acontece. Quando a falta de trabalho se generaliza, toma as proporções de um flagelo, como a escassez. A ciência econômica procura remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas esse equilíbrio, supondo que seja possível, sofrerá sempre intermitência e durante essas fases o trabalhador tem necessidade de viver. (L.E. Lei do Trabalho, 685a.). .


O problema atual é encontrar uma solução para a questão do emprego. Mas certamente será encontrada, pois em todos os países o número de desempregados é cada vez maior, criando a perplexidade, pois sem emprego não há consumo e sem consumo não há expansão do mercado. Certamente, a solução não está na estatização da economia, provada que foi ser ineficiente, mesmo nos regimes ditatoriais, que dispõem de recursos antidemocráticos, antiéticos e desumanos de coerção e eliminação pura e simples de dissidentes e da força de trabalho excedente.


Como filosofia moral, o Espiritismo é contra a ditadura, a coerção e a exploração do homem. Para ele, a lei do trabalho é natural, imprescindível e básica. Na sua visão de vida, a doutrina kardecista propugna pela dignidade do homem, pelo bem estar e se insurge contra a corrupção, legalizada ou não.Todavia, seria irrisório supor que ela seja contra o neoliberalismo e a favor da estatização da economia, sendo sua máxima o direito à liberdade de criar, propor, exprimir idéias e sentimentos
O que a Doutrina propõe é o nivelamento da conduta moral dos detentores do poder, seja econômico ou político. Não aceita um Estado com poderes sobre a pessoa, nem um Estado assistencialista que, no fundo, representa uma forma de dominação. A utopia kardecista, pode parecer romântica e idealista demais. Mas está na crista das preocupações da sociedade, das pessoas. Todos sabem que somente numa sociedade de nível moral equilibrado, será possível não apenas a distribuição da riqueza, mas a eqüitativa relação de direitos e deveres.

Jaci Regis é psicólogo e jornalista, editor do jornal de cultura espírita Abertura, presidente do Instituto Cultural Kardecista de Santos e autor dos livros Amor, Casamento e Família; Comportamento Espírita; Uma Nova Visão do Homem e do Mundo; A Delicada Questão do Sexo e do Amor, dentre outros.
Artigo publicado originalmente no jornal Abertura, de Santos, em julho de 1998.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Filme de Chico Xavier (1910 - 2002)

Atividades - dezembro de 2009

Reuniões Doutrinárias
segunda-feira

Dia 07 - 19 h - Palestrante: Marcos (Cruz das Almas) - Tema : A Pedagogia de Jesus - Prece: Maurício
Dia 14 -19 h - Palestrante : Lanza - Tema : Fraternidade é Amor - Prece: Hamilton
Dia 21- 19 h - Palestrante: Castilho - Tema: Reforma Íntima para Melhora Moral - Prece: Josafá
Dia 28 - 19 h - Palestrante: Ricart - Tema: Jesus - Guia e Modelo da Humanidade - Prece: Joelma


terça - feira

14:30 h - Terça do Pão - Reunião Doutrinária, Passes e Distribuição de Pães
15:00 h - Evangelização Infantil
14:00 h - Atendimento Médico - Numa terça-feira do mês
19:00 h -Reuniões Mediúnicas de Desobsessão


quarta - feira

14:00 h - Atendimento Odontológico
15:00 h - Reuniões Mediúnicas de Desobsessão
14:00 h - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita


quinta - feira
Reuniões Para Estudo do Evangelho

Dia 03 - 19 h-Coordenador: Francisco-Tema: Não ir aos Gentiosto ( Cap. XXIV )-Prece-Mauricio
Dia 10 - 19 h - Coordenador: Robson -Tema: Os Sãos não Precisam de Médico ( Cap.XXIV ) - Prece - Pedro
Dia 17 - 19 h-Coordenador: Antônio Barros-Tema: A Coragem da Fé -(Cap.XXIV) - Prece - Francisco
Dia 24 - NATAL
Dia 31 - ANO NOVO


sexta-feira

19:00 h - Reunião Mediúnica


sábado

06:00 h - Distribuição de Sopa
15:00 h - Evangelização Infantil
19:00 h - Estudo do Livro dos Espíritos



domingo

Reuniões Doutrinárias - Fluidoterapia - Passe Magnético

Dia 06 - 19h - Palestrante: André - Tema: Os Superiores e os Inferiores ( Cap. XVII )- Prece - Marileide
Dia 13 - 19h - Palestrante: Carlito ( F.de Santana ) - Tema: Parábolas de Jesus (Livre) - Prece - Pedro
Dia 20 - 19h - Palestrante: Joelma - Tema: O Homem no Mundo ( Cap. XVII ) - Prece - Edson
Dia 27 - 19h - Palestrante: Ricardo Queiroz - Tema: Parábola da Festa de Núpcias ( Cap. XVII ) - Prece - Antônio



Casa da Sopa Bezerra de Menezes
BAIRRO IRMÃ DULCE

quinta - feira

Reuniões Para Estudo do Evangelho

Dia 03 - 19 h-Coordenador: Moisés -Tema: Não ir aos Gentiosto ( Cap. XXIV )-Prece - Zezé
Dia 10 - 19 h - Coordenador: Francisco - Tema: Os Sãos não Precisam de Médico ( Cap.XXIV ) - Prece - Zezé
Dia 17 - 19 h - Coordenador: Edson - Tema: A Coragem da Fé -(Cap.XXIV) - Prece - Zezé
Dia 24 - NATAL
Dia 31 - ANO NOVO